O conceito ainda é novo no Brasil, porém muitos profissionais já aderiram ao modelo de trabalho e estilo de vida nada convencional. Já se imaginou trabalhando em um local de praia, montanhas, na sua própria casa seja onde for, ou até mesmo em um local turístico de cachoeiras?

Bom, se a internet for boa, tudo isso será possível, e um dia de trabalho será como todos os outros, porém com mais possibilidades. Nesse momento você deve estar pensando que provavelmente o seu trabalho jamais te permitiria ter esse estilo de vida, não é mesmo?

A resposta é a adaptação. Mesmo não sendo um produtor de conteúdo ou um profissional que atua diretamente com marketing digital, por exemplo, com a pandemia e o aceleramento dos recursos digitais para que continuemos atuando em nossas áreas, é certo que, independente da sua profissão, você já tem a resposta se o nomadismo digital é possível ou não.

Seja um consultor digital, professor de línguas ou até mesmo um advogado que dá consultorias, as possibilidades são infinitas para todas as profissões, desde que o virtual não seja um problema direto na execução das atividades.

Nômade digital: como a pandemia intensificou esse modelo?

Nômade digital é um profissional que trabalha online e não tem como obrigação estar presente em uma cidade, estado ou país para exercer a suas atividades profissionais. Sendo assim, esse profissional pode trabalhar de qualquer lugar do mundo, desde que a sua conexão seja boa!

Dessa forma, o nômade digital está inserido em dois aspectos concomitantes principais do seu estilo de vida:

1. ganhar dinheiro na internet;
2. estar sempre viajando/morando em diferentes lugares.

Ou seja, são esses aspectos que diferenciam um nômade digital de um trabalhador remoto. Assim como pessoas viajantes (nômades), que também não são reconhecidas como nômades digitais.

Para ser reconhecido como nômade digital é preciso estar conectado e em deslocamento. Vale lembrar que nômades digitais não estão trabalhando diretamente da praia, se o local de trabalho não tem uma estrutura básica, as fotos que você encontra por aí não passam de mera ilustração sensacionalista.

Assim como qualquer outro profissional tradicional, o nômade digital cumpre sua carga horária e atua com profissionalismo, a diferença está na liberdade de viver sem que o trabalho determine sua localização geográfica.

Isso te parece familiar?

Trabalho remoto, reuniões no Zoom, atuação 100% digital são assuntos que já dominamos há pelo menos 1 ano desde que a pandemia começou.

Já o nomadismo digital não teve início durante esse período, pelo contrário, esse modelo foi apenas intensificado com a pandemia preparando os profissionais que estão em home office para o estilo de vida futurístico.

Muitas empresas ao optarem pelo home office como novo modelo de trabalho durante a pandemia se viram receosas quanto à produtividade dos colaboradores. E é claro que muitos não se adaptaram, afinal, estamos falando de um cenário de desespero e grandes incertezas onde a concentração em casa depende de muitos outros aspectos como infraestrutura e acessos privilegiados.

Por outro lado, a pandemia fez com que alguns profissionais pudessem ter um novo olhar sobre a necessidade de escritórios. Será que eles são mesmo essenciais? Essa pergunta foi respondida para muitos com um “não”. Fazendo com que assim, mais pessoas despertassem a vontade e o interesse sobre esse estilo de vida.

Dessa forma, a pandemia impulsionou as possibilidades de trabalho remoto fazendo com que as organizações passassem a oferecer mais vagas que não dependem da localização geográfica, desde que as tarefas esperadas sejam entregues.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou um estudo que conclui que 22,7% de empregos no Brasil podem ser integralmente exercidos de forma remota. Isso engloba cerca de 20,8 milhões de profissões.

O trabalho remoto deu asas para pessoas que se viram livres de escritórios e modelos convencionais e se identificaram com isso, mas por enquanto, a possibilidade de se aventurar pelo mundo como nômade digital ainda é arriscada.

Nômade digital: impactos da pandemia

Se por um lado houve o crescimento do home office, provando mais uma vez que não é preciso estar todos os dias em um escritório, por outro lado fronteiras dos países, assim como estados e cidades estão fechadas por altas taxas de contaminação pelo novo coronavírus.

Isso fez com que um novo paradoxo profissional atingisse diretamente a vida do nômade digital que já atuava dessa forma antes mesmo da pandemia.

Além disso, mais obstáculos apareceram impedindo o deslocamento desse profissional como o preço das passagens aéreas, protocolos de segurança que cada lugar adere (e que sejam realmente responsáveis e seguros), além do risco de se contaminar, e muito mais.

Ou seja, o incentivo é muito maior, porém não é viável nesse momento. O ideal é permanecer seguro e longe de locais que geram quaisquer riscos à saúde contribuindo para menores taxas de contaminação se adaptando às possibilidades que são possíveis.

A longo prazo, e em um futuro pós pandemia, os nômades digitais tendem a aumentar e se aventurarem pelo mundo, aproveitando para tirar o atraso depois de tantos dias em casa (risos). Não só por isso, mas por tudo que dissemos nesse artigo, e a intensificação desse estilo de vida devido à mudança no modelo de trabalho.

Já sabemos que no atual contexto em que o Brasil se encontra diante da pandemia, trabalhar em casa tem sido só mais um motivo para ficarmos ansiosos e menos produtivos.

Porém, se não existisse pandemia, certamente o trabalho remoto seria visto de outra forma por muitos profissionais que já se adaptaram a esse modelo, e mesmo no pós pandemia já não se veem mais atuando todos os dias em um escritório.

Isso quer dizer que quando for possível estaremos mais dispostos, preparados e acostumados com essa realidade. E você, teria coragem de se tornar um nômade digital? Esse estilo de vida é possível para você? Conta pra gente nos comentários!